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Em busca do tempo perdido


Hoje estava sem assunto para escrever. Folheei algumas revistas semanais em busca de algo interessante, passei os olhos pela Folha de S. Paulo, li artigos excelentes sobre literatura na Cult e na Bravo!, mas confesso que não me senti tentado a escrever sobre qualquer um dos assuntos que li.

 

Em busca do tempo perdido

Decidido, encastelei-me em meu escritório e fiquei revirando uns guardados antigos, quem sabe garimpava alguma velha crônica ou algum poeminha, dessas coisas, sabe, leitor? Mas, qual! Talvez porque não estivesse lá muito inspirado, não consegui achar nada de interessante.

 

De repente, na última prateleira, notei uma velha pasta meio escondida entre os livros. O que teria dentro? Não me recordava. Abri-a com pouco interesse, retirei os papeis ali arquivados, coloquei-os sobre a mesa e comecei a lê-los.

 

Que coisa! Como pude me esquecer dessas relíquias? Eram as minhas redações feitas no curso primário. Há quanto tempo não passava os olhos por aqueles escritos infantis! Ali estavam os rabiscos de um menino de nove anos que sonhava um dia se tornar escritor.

 

Aí, então, as lembranças desse tempo me invadiram a mente. Senti-me um Marcel Proust (sonhar não custa nada!), em busca do tempo perdido. Só que esse tempo estava bem “arquivado” em minha mente e veio à tona naturalmente, como as vagas que se quebram na beira da praia, após se formarem em alto-mar.

 

Que tesouro! Não tanto pelo valor literário, pois de literário propriamente dito os escritos nada tinham. Eram apenas redações escritas por um menino que sonhava um dia ser escritor.

 

Por respeito ao bom gosto do leitor, não transcrevo aqui esses rabiscos, pois só têm valor sentimental para mim. Deixarei-os guardados como doces lembranças de um passado que, mesmo perdido nas brumas nebulosas do tempo, aos poucos surgiu em minha mente, como num caleidoscópio espetacular, e me fez relembrar passagens já esquecidas de um tempo distante que, fantasticamente, tornou-se tão próximo!

 

Olho para o papel e vejo que escrevi bastante. Nada mal para quem estava sem assunto, não é mesmo? Talvez um dia, leitor amigo, eu conte algumas dessas passagens “proustianas”.

 

Até lá.

 

 

ROBERTO FORTES

ROBERTO FORTES, escritor e poeta, é licenciado em Letras e autor do livro de contos “O Tucano de Ouro - Crônicas da Jureia” (2012), além de centenas de crônicas e artigos publicados na imprensa do Vale do Ribeira.  E-mail: robertofortes@uol.com.br

 

(Direitos Reservados. O Autor autoriza a transcrição total ou parcial deste texto com a devida citação dos créditos).

 

 

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