II Raízes Negras do Vale abriu caminhos, recontou a história do povo afrodescendente e extrapolou a Ilha

”O importante não é ser o primeiro ou primeira, o importante é abrir caminhos”, Conceição Evaristo

Com homenagens aos guardiões da Cultura Afrodescendente, no sábado 23.11, no Espaço Cultural Plínio Marcos, na Ilha, e a recontagem da história das Ruínas de Itaguá, em Iguape, no domingo 24.11, terminou o II Raízes Negras do Vale, ação cultural que se consolidou com um dos mais expressivos movimentos culturais da Semana da Consciência Negra no Vale do Ribeira.

Em cinco dias, o Raízes recebeu cerca de mil pessoas que mergulharam na cultura afrodescendente. Realizado em parceria pelo Coletivo das Manas e Prefeitura da Ilha comprida, por intermédio da Divisão de Cultura e Secretarias, o Raízes contou com oficinas, danças, shows, falas negras, exposições e muita arte.

“As Ruínas de Itaguá que, nos livros de história, aparecem como o primeiro moinho de arroz do Brasil, tiveram sua história recontada, e reconhecida, porque o moinho de arroz veio com a imigração japonesa, muito tempo depois da chegada dos escravos. Dá um intervalo de cerca de 300 anos. 

Com apoio da Prefeitura de Iguape, colocamos uma placa e, agora, o local fica oficialmente reconhecido como uma das primeiras senzalas do Brasil. Isso foi muito importante para todos nós”, comemorou Rose Marques, do Coletivo das Manas.

Ao parabenizar o Coletivo, os participantes e os artistas, a prefeita da Ilha Comprida destacou a importância do Raízes:“Esse é um evento que envolveu muito sentimento de igualdade, de respeito, sentimento de contar uma história que faz parte da história do nosso país. 

A gente está sempre aprendendo. Eu não posso contar uma história que não é minha. Quem tem que contar essa história são vocês que viveram, que vivem, que escutaram dos antepassados de vocês. 

E a gente precisa escutar, entender. Muito obrigada por esse respeito, pela conscientização e pela Cultura de todos vocês. Obrigada por trazerem essa história para todos nós”.



Cinco dias de sons, cores, sabores, interação e informação



E a história foi compartilhada e recontada em cinco dias de muita arte, cores, sabores, sons e interação com o público. Nas paredes do Espaço Cultural, a beleza dos quadros do artista plástico Duda Alves, de São Paulo e a diversidade e diferentes traços dos artistas da exposição “Maluquinho na Quebrada”.

Nos palcos, atrações diárias. No dia 20.11, houve apresentações das Minas do MIC,Aliengang Hip Hope e BGILRS, poesia com Joana Black; fala de Heloisa Dias, do Quilombo São Pedro; Ateliê de Canto Coral da Fábrica de Cultura de Iguape, arte educadora Joice Sobreira e Mulheres do Axé.

Na quinta 21.11, a exibição de filmes, Oficinas de Samba Rock e Turbante, poesia com Neuza Lima, shows com Carolina Soares , Netto Pio, A Nave de Orion, Maculelê com o Centro de Convivência da Melhor Idade (CCMI), Associação Capoeira e Nosso Senhor do Bonfim. Na sexta 22.11 mais oficinas, show com Janàáh Dutra e Maracatu com tambores de Inkice.

Evento paralelo, na Escola Municipal Monte Carlo, acontecia o Festival Africanidades, celebração das culturas africanas e afro-brasileiras com apresentações, exposições e atividades interativas organizadas pelos alunos e professores, que trabalharam ao longo do ano para valorizar a diversidade, a inclusão e o respeito. Com apoio do Coletivo das Manas, houve as oficinas de danças, tranças, samba rock e passinho baile black.

No sábado 23.11, foram entregues os títulos de guardiões da cultura afrodescendente junto com apresentações do Grupo Geração Capoeira, com professor Johny Lacerda, ,Mestre Bambu , professor Carlos e Mestre Pererê, além de da Roda de Samba com a Esquina do Samba e Fábio Kabeça .

O Raízes contou com artistas da Ilha, da região e de São Paulo. Da Ilha, destaque par…

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 II Raízes Negras do Vale abriu caminhos, recontou a história do povo afrodescendente e extrapolou a Ilha 


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