Encontro inovador promove diálogo entre profissionais da saúde e lideranças indígenas no Hospital Regional de Registro-SP

Encontro inovador promove diálogo entre profissionais da saúde e lideranças indígenas no Hospital Regional de Registro-SP


Iniciativa tem como objetivo aproximar equipe assistencial das tradições indígenas para aprimorar o acolhimento aos pacientes.


Com o tema “conhecer para respeitar e acolher”, o Hospital Regional de Registro (HRR) realizou em setembro o 1º Encontro HRR de Saúde Indígena, reunindo lideranças indígenas e equipe assistencial para trocar informações e experiências sobre as tradições das comunidades da região. Administrado pelo Instituto de Responsabilidade Social Sírio Libanês, o Hospital tem o objetivo de elaborar um protocolo de atendimento a pacientes indígenas, visando respeitar as tradições e acolher cada vez melhor essa população.

O evento reuniu o Cacique Reinaldo, da Aldeia Tupã Reko de Registro-SP, o Cacique Fábio da Aldeia Pinto-Ty de Pariquera-Açu, e o Cacique Timóteo, da Aldeia Takuari de Eldorado

Também participaram a presidente e o vice-presidente do Conselho Local de Saúde Indígena do Vale do Ribeira, Luiza da Silva Para Mirim e Renato da Silva, respectivamente, além da coordenadora do Polo Registro-SP da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), enfermeira Adriana de Andrade.

“O encontro foi uma iniciativa do nosso grupo de humanização, com o objetivo de compreender melhor as tradições e a cultura indígena para que possamos prestar um atendimento de qualidade aos pacientes que recebemos no Hospital”, destacou a superintendente administrativa do HRR, Eloísa Sales Negro.

Também presente no encontro, o superintendente médico Dr. Arnaldo D’Amore Zardo, ressaltou a importância da aproximação com os indígenas e do fortalecimento da rede de atendimento. “Foi uma oportunidade única para as nossas equipes esclarecerem dúvidas e conhecerem melhor as tradições, a importância do pajé e dos rituais indígenas para a saúde dessa população. Como somos referência em pediatria, recebemos muitas crianças indígenas em nosso serviço”, completou.


O Cacique Fábio, da Aldeia Pinto-Ty, disse que ficou muito feliz ao receber o convite para estar na unidade. Ele lembrou que o filho Douglas foi atendido há alguns anos no HRR e, na época, foi permitida a realização de uma pajelança, ritual indígena de cura. “Há doenças que somente os pajés sabem como tratar, são doenças espirituais que precisam das divindades”, explicou o Cacique.


O vice-presidente do Conselho Local de Saúde Indígena, Renato da Silva, da Aldeia Pindo-Ty, afirmou que a saúde, para o indígena, inicia no território. “A saúde começa onde estamos, no contato com o meio ambiente, com a casa de rezas, o plantio, o batismo das nossas crianças. Usamos muito a nossa medicina tradicional, as plantas como remédios”.

“Na nossa cultura, há dois tipos de doenças, a orgânica e a espiritual. Muitas vezes o homem branco não acredita, mas precisamos muito do pajé”, explicou o Cacique Timóteo, da Aldeia Takuari. Ele também falou da importância do atendimento humanizado. “Nós, indígenas, temos o direito de ser atendidos, mas muitas vezes o profissional de saúde nem olha para a gente, não quer atender, dar atenção. É preciso falar, porque isso também acontece”.

Como presidente do Conselho Local de Saúde Indígena, Luiza da Silva disse que as condições de saúde melhoraram, mas ainda há muitas necessidades. Ela citou que a Aldeia de Eldorado ainda não tem posto de saúde e a grande maioria das aldeias da região não tem água tratada e rede de esgoto. Com isso, segundo a enfermeira da SESAI, há muitos problemas de verminoses. “A cada seis meses fazemos a vermifugação nas aldeias, mas ainda há muita infestação de áscaris e outros parasitas”, explicou Adriana.


Entre outros assuntos, o encontro também abordou o papel da SESAI, a atenção básica aos indígenas e costumes ligados à alimentação, gestação, transfusão de sangue, vacinação e outros procedimentos de saúde. Coordenadores assistenciais, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas e colaboradores administrativos do HRR participaram do evento, além da diretora de Humanização do Departamento Regional de Saúde (DRS-12), Ana Beatriz Stelmo.


Sobre o Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês (IRSSL)



Fundado em 2008, o Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês (IRSSL) nasceu com o propósito de fortalecer a atuação social voluntária da Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês na saúde pública do Brasil, tendo como missão levar a excelência administrativa e operacional, já reconhecida no setor privado, às esferas municipais e estaduais do País.


Atualmente, o Instituto é responsável pela gestão de 10 equipamentos de saúde: Hospital Municipal Infantil Menino Jesus (HMIMJ), Hospital Geral do Grajaú (HGG), Hospital Regional de Registro-SP (HRR), AME Interlagos, Hospital Regional de Jundiaí (HRJ), AME Jundiaí, AMAs Santa Cecília, Núcleo de Saúde da Fundação Lia Maria Aguiar, Ambulatório de Gratuidade e Serviço de Reabilitação Lucy Montoro de Mogi Mirim.

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