“Grãos crioulos na culinária” e “O Arroz para o Vale do Ribeira” são temas das oficinas que acontecem neste sábado (dia 6) e domingo (dia 7), às 15h.
Por sua importância histórica para a região do Vale do Ribeira o arroz é um dos principais elementos que compõem a programação especial que o Sesc São Paulo está realizando em celebração aos 100 anos de histórias e memórias relacionadas ao prédio do KKKK (sigla do nome em japonês da Companhia Ultramarina de Desenvolvimento), onde a unidade do Sesc Registro-SP está instalada desde 2016. Nesse local, em 1922, começava a funcionar o engenho que se tornaria um dos maiores complexos de beneficiamento de arroz da América Latina, administrado à época pela companhia que organizava a colonização japonesa na região.
Antes desse período, o produto já era responsável por marcar uma importante fase no desenvolvimento econômico da região, o ciclo do arroz. Entre os séculos 18 e 19, Iguape foi considerado o maior produtor de arroz do país, concentrando mais de uma centena de engenhos de beneficiamento e com sua produção sendo exportada principalmente para o Rio de Janeiro e Santos. Pela qualidade da produção, em 1911 Iguape ganhou o prêmio de melhor arroz do mundo na Feira Internacional da Indústria e Trabalho de Turim, na Itália.
O arroz também está na base da construção do prédio em Registro-SP, no início do século 20, tendo entre suas principais funções sediar o engenho que beneficiava a produção da colônia japonesa que se formava na região. Cem anos depois, fazendo parte da trajetória desse conjunto arquitetônico tombado como patrimônio histórico, o Sesc Registro-SP celebra essas e outras histórias em construção, realizando uma série de atividades com foco na cultura do arroz, destacando o valor e a importância do alimento para as diversas comunidades tradicionais que habitam o Vale do Ribeira.
Entre as atividades programadas, duas acontecem neste fim de semana: no sábado (dia 6), às 15h, tem a oficina “Grãos Crioulos na Culinária”, que vai apresentar a importância das sementes crioulas na cultura alimentar e os benefícios que trazem para a saúde. Ao longo de gerações, comunidades indígenas, quilombolas e de agricultores familiares vêm preservando suas sementes tradicionais, os chamados grãos crioulos, os que não foram sujeitos a qualquer alteração genética e melhoramento artificial e que, por isso, são espécies mais adaptadas às localidades onde são produzidas, mantendo suas características naturais como tamanho, cor, sabor, textura e propriedades.
Entre os grãos representativos do Vale do Ribeira que serão trabalhados na oficina estão o arroz e diferentes tipos de feijão e milho, como o milho vermelho, branco rajado, roxo e o preto pipoca. Também serão usadas sementes de girassol, abóbora e de diversas Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs). Durante a oficina haverá uma prática culinária com receitas à base do milho crioulo vermelho.
No domingo (dia 7), às 15h, o arroz será o ingrediente principal da oficina “O arroz para o Vale do Ribeira”, atividade que também será ministrada pela geógrafa Beatriz Carvalho. Diferentes tipos de arroz, como o vermelho, cateto, da terra, preto e o arroz moti serão apresentados aos participantes, bem como o contexto histórico de produção desse alimento no território e sua importância econômica, social e cultural para seus diferentes povos. As receitas produzidas na oficina serão à base do arroz vermelho e do moti.
O supervisor de programação do Sesc Registro-SP, Marcos Santos, ressalta que as atividades buscam valorizar as diferentes culturas alimentares tradicionais da região e propiciar ao público em geral a oportunidade de conhecer, aprender a fazer e experimentar alimentos típicos do Vale do Ribeira. “Queremos também que as diversas comunidades tradicionais da região tenham espaço e voz nas oficinas para compartilharem suas tradições, modos de uso e histórias relacionadas tanto com a cultura do arroz como das sementes crioulas”. {alertSuccess}
Para a geógrafa e especialista em Educação Ambiental, Beatriz Carvalho, que vai coordenar as oficinas, é fundamental que as pessoas conheçam e sigam utilizando, consumindo e honrando as sementes crioulas e os alimentos típicos da região. “É uma herança ancestral que merece ser preservada”. No caso do arroz, ela ressalta que o grão permeia várias passagens da história do Brasil e do Vale do Ribeira e apresenta diversidade em seu uso, por conta das influências culturais que diversos povos imprimiram ao alimento ao longo do tempo.
Até o final do ano, outras atividades relacionadas à cultura do arroz serão realizadas pelo Sesc Registro-SP no âmbito da programação do centenário do prédio. Entre elas, uma celebração especial envolvendo o arroz moti, cuja cerimônia acontecerá durante o tradicional evento do Tooro Nagashi em Registro-SP.
Oficinas de alimentação no Sesc Registro-SP destacam importância do arroz na região |
Serviço:
Programação:
Sesc Registro-SP – Oficinas de Alimentação
Grãos Crioulos na Culinária
Dia 06 (sábado) - 15h
Com Beatriz Carvalho - Geógrafa e especialista em Educação Ambiental
O Arroz para o Vale do Ribeira
Dia 07 (domingo) - 15h
Com Beatriz Carvalho - Geógrafa e especialista em Educação Ambiental
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