OINPI concedeu o registro de Indicação Geográfica (IG), na espécie Indicação de Procedência (IP), à região do Vale do Ribeira, para o produto palmito pupunha, conforme publicado na Revista da Propriedade Industrial (RPI) de 18 de novembro.
A área delimitada pela IG abrange 17 municípios do estado de São Paulo: Barra do Turvo, Cajati, Cananeia, Eldorado, Iguape, Ilha Comprida, Iporanga, Itariri, Jacupiranga, Juquiá, Miracatu, Pariquera-Açu, Pedro de Toledo, Registro, Ribeira, Sete Barras e Tapiraí.
Com esse registro, o Brasil chega a 157 IGs reconhecidas, sendo 116 IPs (115 nacionais e 1 estrangeira) e 41 Denominações de Origem - DOs (31 nacionais e 10 estrangeiras).
Segundo a documentação apresentada pela Associação dos Produtores de Pupunha do Vale do Ribeira, o palmito pupunha, obtido da palmeira Bactris gasipaes Kunth, espécie nativa da Amazônia, vem ganhando destaque por seu valor nutricional e sustentabilidade.
A planta oferece vantagens como colheita mais rápida, ausência de escurecimento após o corte e capacidade de perfilhamento, o que dispensa o replantio. Esses fatores contribuíram para o crescimento do cultivo e para o interesse de produtores, dada a boa produtividade, o uso quase integral da planta e o retorno econômico.
No estado de São Paulo, as primeiras sementes chegaram em 1940, introduzidas pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC). A adaptação foi positiva, e, a partir dos anos 1970, a pupunheira passou a ser tratada como cultura comercial promissora. Na década de 1980, pesquisas do IAC identificaram no Vale do Ribeira condições ideais para o cultivo, como clima tropical úmido e solo favorável. O resultado foi o avanço da atividade e a atração de agricultores e grandes empresas, impulsionando o desenvolvimento regional.
A expansão continuou nos anos 1990, com a entrada de grandes volumes de sementes de origem peruana e o reconhecimento da pupunha como alternativa sustentável aos palmitos juçara e açaí, então ameaçados pela exploração extrativista.
Hoje, o Brasil é o maior produtor, consumidor e exportador de palmito do mundo, com cerca de 20 mil hectares cultivados, sendo São Paulo e Bahia os principais estados produtores. O Vale do Ribeira concentra a maior parte dessa produção e se consolidou como referência nacional e um dos principais polos mundiais.
Atualmente, a pupunha é a segunda atividade econômica da região. Somente em Juquiá são mais de 7 milhões de plantas. Cerca de 1.200 produtores cultivam 35,5 milhões de plantas em 7.100 hectares, com processamento anual estimado em 24 milhões de hastes por 40 agroindústrias licenciadas pelo Programa Palmito de Qualidade.
O setor emprega cerca de 10 mil pessoas, fortalecendo a agricultura familiar e promovendo desenvolvimento econômico, ambiental e social.
Fonte: Site Gov.br
