Onçafari monitora cinco onças-pardas no Legado das Águas Onçafari monitora cinco onças-pardas no Legado das Águas
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Onçafari monitora cinco onças-pardas no Legado das Águas

Câmeras espalhadas pelos 31 mil hectares de floresta da Reserva acompanham a rotina de quatro machos e uma fêmea

Alimentação, demarcação de território, pequenos passeios, paradas para descanso e até mesmo indícios de briga entre as onças-pardas não escapam das câmeras do Onçafari, projeto dedicado ao estudo e conservação da vida selvagem, que já identificou cinco indivíduos no Legado das Águas – maior reserva privada de Mata Atlântica do país, localizada no Vale do Ribeira, interior de São Paulo. A instalação das câmeras faz parte da parceria entre Onçafari e o Legado, que visa realizar o levantamento populacional de onças-pardas (Puma concolor) e onças-pintadas (Panthera onca) na Reserva, para ações de proteção desses felinos na Mata Atlântica.

O monitoramento desses animais é feito por meio dos registros das “armadilhas fotográficas”, como são chamados os equipamentos que funcionam por sensores infravermelhos e de movimento, que são acionados automaticamente quando os animais passam por eles, gerando vídeos curtos. Somente no último ano, as onças-pardas foram responsáveis por 300 registros, o que possibilitou a identificação de cinco animais, quatro machos e uma fêmea.

Características e identificação das cinco onças-pardas


Monitorar e diferenciar onças-pardas (Puma concolor) é uma tarefa desafiadora. Isso porque, diferentemente das onças-pintadas (Panthera onca) – que são identificadas por suas rosetas, ou seja, as pintas –, os pesquisadores individualizam as pardas por marcas físicas, como cicatrizes e características do corpo.

Com isso, cada uma das onças-pardas já identificadas no Legado das Águas foram batizadas de acordo com as suas características marcantes, sendo os machos: o Tikún, que significa “quebrado” em tupi-guarani, remetendo à ponta da cauda quebrada; o Troncho, por conta de uma das orelhas ser caída; o Dengoso que se destaca pelo seu porte, sendo uma das maiores onças-pardas registradas pelo Onçafari no Legado, e pela sobrancelha com detalhes marcantes na cor branca; e o Naurú, que tem um andar característico, cicatrizes pelo corpo, sendo uma delas nos olhos; e a fêmea: a Capitu, uma digna homenagem à personagem da literatura brasileira pelo olhar marcante, olhos bem redondos e amendoados, com sobrancelhas marcadas, cauda espessa e a cor do corpo, que chama a atenção pelo tom marrom-avermelhado.

Floresta saudável, onças também

Os registros mais recentes dos indivíduos monitorados mostram comportamentos típicos das onças-pardas, como demarcação de território, descansos, abdômen saliente devido à alimentação e até ferimentos ocasionados por brigas, o que é comum entre os machos da espécie. Segundo Bárbara Dias, bióloga e coordenadora Onçafari na base do Legado das Águas, esses registros demonstram que esses animais seguem bem e saudáveis. “Os registros demonstram que a qualidade da floresta no Legado das Águas está proporcionando bem-estar a esses animais, assim como para outras espécies também”, acrescenta a bióloga.

Embora nem todos os cinco indivíduos identificados tenham sido registrados na última campanha (período entre a instalação da câmera e retirada para coleta das imagens), realizada de outubro a dezembro de 2021, a frequência das aparições no último ano possibilitou a coleta de informações importantes sobre a espécie, que é pouco estudada na Mata Atlântica.

“É impossível dizer quando um animal será registrado novamente, ainda mais uma onça-parda, que ocupa um território amplo, percorrendo grandes distâncias. Mas os registros que estamos conseguindo com as câmeras em diversos pontos do Legado das Águas, já nos deram informações como a área que utilizam mais, os horários e a época do ano em que circulam com maior frequência, a proporção de machos e fêmeas e seus comportamentos. O que já é bastante relevante para uma espécie que ainda tem muito o que ser estudada na Mata Atlântica. O conhecimento que está sendo gerado vai, com certeza, ser essencial para a conservação das onças-pardas”, reforça Bárbara.

A espécie

A onça-parda é o segundo maior felino do Brasil, que pode ser encontrado em diversos biomas brasileiros, além do Canadá até a região meridional da cordilheira do Andes. Porém, mesmo com a ampla distribuição, é ameaçada de extinção em algumas localidades.

É uma espécie “topo de cadeia” e “bioindicadora”, isso significa que as florestas em que elas estão presentes são ambientes saudáveis, abrigando animais e vegetais que são essenciais para o bom funcionamento dos ecossistemas que produzem água, regulam o clima e protegem o solo.

As onças-pardas também têm duas características bem interessantes: diferentemente dos outros grandes felinos, como a onça-pintada, elas não esturram ou rugem. Sua vocalização (som que produz para se comunicar) é similar a um miado. Além disso, suas patas traseiras são proporcionalmente as maiores entre os felinos, o que as fazem ser ágeis, possibilitando pulos mais altos e uma habilidade extrema para subir em árvores.

Uma informação importante a ser frisada é que esse animal tem medo da presença humana. “Não somos vistos como presas. A maioria dos animais que fazem parte da cadeia alimentar das onças-pardas têm olhos na lateral do crânio e utilizam as quatro patas para se locomover, ou seja, muito diferente de nós. Essas características, entre outros fatores, fazem com que elas tenham medo de nós. Ataques a humanos, sejam de onças-pardas ou pintadas, são extremamente raros. O animal precisa ser submetido a uma situação de muito estresse, quando se sente acuado”, esclarece Bárbara.

O quinteto poderá ser acompanhado pelas redes sociais do Legado das Águas, basta buscar @legadodasaguas no Facebook ou Instagram.

Sobre o Legado das Águas – Reserva Votorantim


O Legado das Águas é a maior reserva privada de Mata Atlântica do Brasil. Área de 31 mil hectares divididos entre os municípios de Juquiá, Miracatu e Tapiraí, no Vale do Ribeira, interior do estado de São Paulo, que alia a proteção da floresta e o desenvolvimento de pesquisas científicas a atividades da nova economia, como a produção de plantas nativas e o ecoturismo. Foi fundado em 2012 pelas empresas CBA – Companhia Brasileira de Alumínio, Nexa, Votorantim Cimentos e Votorantim Energia. É administrado pela Reservas Votorantim LTDA. e mantido pela Votorantim S.A, que também em 2012, firmou um protocolo com o Governo do Estado de São Paulo para viabilizar a criação da Reserva e garantir a sua proteção. Mais do que um escudo natural para o recurso hídrico, o Legado das Águas trata-se de um território raro e em estágio avançado de conservação, com a missão de estabelecer um novo modelo de área protegida privada, cujas atividades geram benefícios sociais, ambientais e econômicos de maneira sustentável. Saiba mais em https://www.legadodasaguas.com.br

Sobre o Onçafari

O Onçafari atua no Pantanal, Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica com o objetivo de promover a conservação do meio ambiente e contribuir com o desenvolvimento socioeconômico das regiões em que está inserido por meio do ecoturismo e de estudos científicos. O projeto é focado na preservação da biodiversidade em diversos biomas brasileiros, com ênfase em onças-pintadas e lobos-guarás. Mais informações sobre o tema em www.oncafari.org ou no Instagram @oncafari.

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