Restauração ecológica é oportunidade de negócio para a proteção da Mata Atlântica
Produção de plantas nativas e projetos de restauração movimentam a economia e geram emprego
A restauração ecológica na Mata Atlântica tem gerado novas oportunidades para uma economia de base florestal.
O Legado das Águas, maior reserva privada do bioma no país, por meio da sua gestora, Reservas Votorantim, vem ganhando espaço tanto no mercado, com a produção de espécies de flora nativa, como em projetos de restauração ecológica de áreas degradadas no bioma.
Além disso, muitas empresas incorporaram em suas estratégias ESG o sequestro de carbono via plantio de árvores, resultando em um ciclo virtuoso que gera benefícios para as empresas e para a sociedade.
Essa é uma cadeia produtiva que tem muitos desafios e grandes expectativas. Relembrando o Acordo de Paris, houve o comprometimento em 2015, do Brasil restaurar 12 milhões de hectares.
E para que sejam desenvolvidos projetos ligados à cadeia do reflorestamento no país que gerem créditos de carbono com alta integridade, é preciso investimento em pesquisa, inovação e profissionalização, que vai desde a identificação de matrizes produtoras de sementes nas florestas, passando pelo desenvolvimento de viveiros, até a formalização das práticas trabalhistas no campo para essas frentes de trabalho.
Nos últimos três anos, é perceptível que a restauração tem avançado e gerado novos negócios, impulsionados em grande parte pelas agendas ambientais nacionais e pelo avanço dos acordos globais, incorporados por empresas brasileiras em seus objetivos e metas.
“Nós tivemos um aumento significativo de empresas procurando por projetos de restauração, tanto para iniciativas voluntárias, ou seja, não exigidas por lei, quanto para a adequação à legislação. Independentemente da motivação, isso demonstra o quanto o mercado florestal com foco em restauração tem crescido.
Aqui na Reservas, em 2022, tivemos 125 hectares com projetos de restauração já implantados e 300 contratados. A previsão é chegarmos a mil hectares em implantação até o final de 2023”, conta David Canassa, Diretor da Reservas Votorantim.
Um dos exemplos de empresas que estão investindo em restauração voluntária é a Comerc Eficiência, empresa do Grupo Comerc Energia dedicada a projetos de eficiência energética.
Desde 2021, a empresa, em parceria com a Reservas Votorantim, financia um projeto de reflorestamento no Parque Estadual do Jurupará, em Ibiúna (SP), com plantas produzidas pelo Legado das Águas.
O projeto visa implementar o plantio de 20 a 25 mil novas árvores, em uma área de 6 mil m² de extensão, batizada de Floresta Comerc. “A parceria nasceu com o objetivo de, cada vez mais, associar a eficiência energética, que consiste na redução do consumo de energia, com sustentabilidade e preservação do meio ambiente”, conta Marcel Haratz, presidente da Comerc Eficiência.
“Por isso, parte do investimento que realizamos nos projetos é direcionada para a Floresta Comerc, mostrando que é possível incluir boas práticas em favor do meio ambiente como parte integrante do crescimento verde e, assim, fornecer soluções de energia, conexão e crescimento sustentável”, comenta Haratz.
Em 2023 a Reservas Votorantim, também iniciou uma nova parceria com a Edenred, marca global e digital de serviços e meios de pagamento, por meio do programa Edenred Move for Good’.
“Com objetivo de apoiar os clientes na transição para uma mobilidade de baixo carbono, a iniciativa é a primeira grande ação de recuperação de áreas degradadas vinculada ao programa. Plantamos uma área de 30 mil metros quadrados, o equivalente a três campos de futebol”, contou Douglas Pina, diretor geral de mobilidade da Edenred Brasil.
Benefícios atribuídos à restauração
Quantos postos de trabalho a restauração gera? O estudo brasileiro “Potencial de geração de empregos na restauração de ecossistemas no Brasil”, publicado na revista Nature and People e divulgado pela World Resources Institute, a WRI-Brasil, estimou o quanto se criaria de novos empregos para cumprir a meta brasileira de restauração, que seriam 42 empregos a cada 100 hectares restaurados. Desse total, 44% se concentram em organizações atuando exclusivamente na Mata Atlântica, mostrando a relevância do bioma no cenário nacional.
O estudo não apenas traz previsões do potencial, como apresenta um balanço do que já foi gerado. A publicação na WRI destacou que somente em 2019 foram criados 8.223 postos de trabalho, sendo 57% empregos temporários e 43% permanentes, com 19 mil hectares de áreas em processo de restauração e a manutenção de outros 27 mil hectares.
“Esses números são essenciais para mostrar que já é realidade, e não apenas uma projeção. A cada ano, aumenta o arcabouço científico que coloca a Mata Atlântica no protagonismo da restauração dos biomas. Certamente, existem desafios, por isso é essencial a união de esforços para que todos, floresta e sociedade, possam colher os bons frutos da restauração”, aponta Canassa.
Demanda e oportunidade
Há 10 anos, o Legado das Águas vem se preparando para atuar em restauração ecológica. Em 2012, quando a Reserva foi criada, utilizou-se da pesquisa científica para buscar o potencial da floresta em pé.
Um dos resultados, ligado aos seus viveiros, foi a criação do Centro de Biodiversidade, local que alia a expertise das pesquisas científicas realizadas no território à produção inteligente de espécies nativas da flora atlântica, visando sua comercialização com foco em paisagismo e restauração ecológica de áreas degradas.
O empreendimento conta, ainda, com uma inovação exclusiva de rastreabilidade digital de toda cadeia produtiva.
David defende a ideia de que o mercado está pronto para dar escala a iniciativas similares. “O Legado das Águas não é o único. E que bom! Há espaço e há demanda.
Além dos valores intrínsecos dos serviços ecossistêmicos oferecidos pelas florestas, o mercado da restauração traz vários outros benefícios, como a geração de emprego e renda, além do fortalecimento das culturas.
Hoje, no próprio Centro de Biodiversidade, vemos grandes melhorias produtivas, fruto do conhecimento desenvolvido pelos nossos empregados, dos parceiros pesquisadores e das pessoas da comunidade. Mas, todo esse movimento pode ganhar uma escala muito maior, envolvendo desde grandes empresas até empreendedores de pequeno e médio porte”, projeta o diretor.
Sobre o Legado das Águas – Reserva Votorantim
O Legado das Águas é a maior reserva privada de Mata Atlântica do Brasil. Área de 31 mil hectares divididos entre os municípios de Juquiá, Miracatu e Tapiraí, no Vale do Ribeira, interior do estado de São Paulo, que alia a proteção da floresta e o desenvolvimento de pesquisas científicas a atividades da nova economia, como a produção de plantas nativas e o ecoturismo.
Foi fundado em 2012 pelas empresas CBA – Companhia Brasileira de Alumínio, Nexa, Votorantim Cimentos e Votorantim Energia.
É administrado pela Reservas Votorantim LTDA. e mantido pela Votorantim S.A, que também em 2012, firmou um protocolo com o Governo do Estado de São Paulo para viabilizar a criação da Reserva e garantir a sua proteção.
Mais do que um escudo natural para o recurso hídrico, o Legado das Águas trata-se de um território raro e em estágio avançado de conservação, com a missão de estabelecer um novo modelo de área protegida privada, cujas atividades geram benefícios sociais, ambientais e econômicos de maneira sustentável. Saiba mais em https://www.legadodasaguas.com.br
![]() |
Restauração ecológica é oportunidade de negócio para a proteção da Mata Atlântica |