A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) fará um projeto para ajudar os produtores de banana do Vale do Ribeira a se protegerem e combaterem a ameaça do fungo chamado Raça 4 da Fusariose, uma doença que dizima as bananeiras e se aproxima do Brasil pelo Peru e ameaça a Colômbia e o Equador.
Compromisso nesse sentido foi firmado pelo presidente da Embrapa, Celso Luiz Moretti, à deputada federal Rosana Valle (PSB), em reunião agendada pela parlamentar em atenção aos bananicultores do Vale do Ribeira, que respondem por 80% da produção da fruta no Estado de São Paulo, atividade considerada uma das mais importantes da região, pois movimenta o comércio e toda uma cadeia de serviços.
O presidente da Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira (Abavar), Silvio Romão, lembrou que a banana ganhou ainda mais importância social com a pandemia, pois é um dos alimentos com alto poder nutritivo mais acessível às classes C e D. Por isso, a necessidade urgente de agir agora que o fungo, também conhecido como Mal do Panamá, se aproxima das fronteiras do Brasil.
O programa a ser apresentado à deputada incluirá medidas sanitárias para evitar a entrada do fungo no País; estratégias de contenção da Raça 4, que podem ser adotadas pelos produtores, e o desenvolvimento de variedades geneticamente resistentes à praga comprovadamente desastrosa para a bananicultura.
A deputada se dispôs a liberar emendas impositivas individuais para ajudar a Embrapa a desenvolver o projeto e também em pedir apoio à bancada paulista dos deputados federais, que tem 70 parlamentares. O deputado estadual Caio França, presente à reunião, também buscará recursos junto ao Governo do Estado.
Rosana Valle já havia pedido ajuda ao Ministério da Agricultura, que intensificou a vigilância nas fronteiras. Mas o maior desafio é desenvolver variedades de bananeiras que resistem ao fungo, já que as atuais em cultivo sucumbem à praga.
O presidente da Embrapa ressaltou que a defesa agropecuária deve ser considerada uma questão de segurança nacional, uma vez que cerca de 400 pragas “rondam as fronteiras do Brasil”, o que representa séria ameaça à alimentação da população. Uma delas é o Fogo Selvagem do Feijão Carioca, consumido por 80% dos brasileiros.
“A Embrapa, que tem 43 centros de pesquisa no Brasil, também aplicará no Vale do Ribeira a estratégia dos bioinsumos, que são insetos e inimigos naturais das pragas que eliminam o uso dos defensores à base de produtos químicos”, disse a deputada, que se reuniu com pesquisadores como Carlos Rui Machado, Alberto Vilarinhos e Marcelo Morandi, responsáveis por bases no País comprometidas com a defesa agropecuária e o uso de bioinsumos.
O presidente da Embrapa disse que colocará à disposição do projeto o banco genético da empresa, que é o quinto do mundo. A Abavar também ressaltou a importância do uso de bioinsumos no Vale do Ribeira em interação com a Mata Atlântica, preservando assim uma região consagrada pela preservação ambiental.
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