No dia 30/12/2020 (4ªfeira) uma pesquisa sobre a AMAR – Associação Amigos do Autista de Registro, realizada por professores do Instituto Federal de São Paulo, Campus Registro-SP, foi publicada na Revista Interacções de Portugal.
Com o tema: “Inteligência Coletiva em uma Comunidade Virtual de Aprendizagem no Contexto Pandêmico” e desenvolvida pelos professores: Prof.ª Dr.ª Kelly Aparecida Gomes e o Prof. Me. Gabriel Silva Xavier Nascimento, a pesquisa consistiu em avaliar e coletar dados sobre os desafios e o impacto da pandemia na forma de aprendizagem de alunos diagnosticados com TEA (Transtorno do Espectro Autista), em especial sobre os desafios dos educadores que trabalham com alunos autistas.
A pesquisa foi realizada no grupo de whatsapp voltado para professores com a finalidade de promover conhecimento sobre autismo e/ou dividir experiências sobre o assunto, grupo este criado e administrado pela AMAR- Associação Amigos do Autista de Registro.
Conversamos com a Professora Kelly:
- OVR - Como e quando surgiu a ideia da pesquisa?
K: Eu e o Prof. Gabriel temos uma orientanda do curso de Licenciatura em Física do IFSP, Câmpus Registro, que pesquisa, em seu Trabalho de Conclusão de Curso, a formação de professores de Física para o trabalho pedagógico com alunos com Transtorno do Expectro Autista (TEA). Isso nos aproximou do tema e da AMAR, que desempenha um papel extremamente necessário e importante no atendimento à pessoas com TEA no Vale do Ribeira.
- OVR – Qual o principal objetivo?
K: Nosso objetivo foi estudar a atuação de docentes que atuam diretamente na Educação Especial com alunos com Transtorno do Espectro Autista a fim de compreender como estes docentes têm explorado comunidades de aprendizagem virtual (no caso, o grupo de WhatssApp promovido pela AMAR) que possam contribuir com o planejamento de suas práticas educacionais em um contexto de ensino não presencial neste momento de pandemia.
- OVR - O que observaram durante a pesquisa?
K: Os dados coletados evidenciaram uma percepção positiva acerca da participação no grupo de WhatssApp que se constitui em um espaço de produção de inteligência coletiva e catalisa a emergência de uma comunidade de aprendizagem mútua entre os participantes. Os relatos denunciam questões de desigualdade de gênero com a sobrecarga de mulheres que acumulam uma nova rotina de trabalho remoto com
questões familiares. Esta comunidade virtual de aprendizagem se configura em um lugar potente para troca de experiências e apoio que beneficiam os docentes e pode ainda reverberar no pensar metodológico do ensino presencial.
- OVR - O que essa experiência trouxe pra você, e quais suas expectativas enquanto docente para o ano letivo 2021 ainda com a pandemia corrente?
K: As experiências vividas por todos nós, docentes, estudantes, gestores e famílias, neste momento de pandemia, provocarão uma reconfiguração na forma de promover o processo ensino-aprendizagem, em todos os níveis e modalidades de ensino. Como vimos no artigo, a convergência virtual-presencial, antes uma opção, será uma grande aliada no desenvolvimento de práticas pedagógicas que atendam aos diferentes perfis e contextos no âmbito educacional. Sabemos que ainda teremos novos desafios neste ano que se inicia, mas, possivelmente, estaremos muito menos vulneráveis que em março de 2020.
Conversamos também com a presidente da AMAR, Celia Haiek:
- OVR – Como você recebeu o convite pra pesquisa?
C: Eu fiquei feliz pois a ideia das mães da Amar quando formaram o grupo com algumas mães e professores era passar a vivência como mães de autistas. Tentar fazer neste grupo o que fazemos com as rodas de conversa.
Quando iniciamos o trabalho com as rodas de conversa, pensamos primeiramente nos professores, que passam com nossos filhos grande parte do dia.
E a ideia de um grupo com os professores surgiu.
- OVR – Como reagiu quando viu a pesquisa publicada e qual a importância dessa iniciativa para a instituição?
C: E quando no dia 30/12 a Professora Kelly entrou com uma mensagem dizendo que ia compartilhar uma notícia maravilhosa eu já fui ficando arrepiada e me emocionei à medida que fui lendo a publicação: a publicação da pesquisa na Revista Interacções de Portugal!!
Foi muito gratificante e à medida que fui lendo o artigo fui me dando conta do significado e da importância para dar visibilidade ao trabalho da Amar.
Abaixo segue o link da Revista Interacções de Portugal para apreciação do artigo:
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