Estamos
às vésperas de 2021. É mais um início de mais um novo ano, porém, quando menos
esperarmos, já estaremos em dezembro, comemorando outro final de ano. O tempo
ruge, não urge, como diziam os antigos. O tempo passa, o tempo voa e a poupança
de certo banco que mudou de nome ainda deve continuar numa boa.
A
cada novo ano que se inicia fazemos muitos projetos de mudanças, e nisso
parecemos acreditar com todo o ardor, mas, quando termina o ano, vemos que
pouco ou nada do que planejamos saiu de fato do papel. Continuamos do mesmo
jeito, sem ter efetuado em nossas vidas aquelas tão planejadas e acaloradas
mudanças.
Mas
analisemos bem a questão. Que tipo de mudança seria essa? Mudaríamos a nossa
maneira de ser, nossas perspectivas diante do mundo, nossa opinião a respeito
das coisas? Se agíssemos assim, passaríamos a ser outra pessoa, e não mais
aquela pessoa que, no início do ano, planejou mudanças em sua vida.
Quais
são nossos projetos de mudanças? Fazer exercícios para perder a indesejável
barriguinha ou para reduzir o colesterol e o diabetes? Ler aqueles livros que
ficam nos chamando da estante, mas que nunca temos tempo de lê-los? Abraçar
aquela pessoa com quem não simpatizamos? Dedicar mais atenção aos filhos e, por
tabela, à nossa cara metade? Fazer faculdade, ou, talvez, um novo curso? Andar
descalço nas ruas? Tomar banho de chuva, sem guarda-chuva? Fazer aquela viagem
para tal lugar que vimos adiando há anos? Comer com as mãos num restaurante
chique, sem garfos e facas, mandando às favas a etiqueta? Conversar com aquele
mendigo que fica jogado, bêbado, sujo e maltrapilho na praça, que todos fingem
que não existe, e ouvir a sua história de vida?...
Bem,
os projetos de mudanças podem ser muitos e variados. Mas parece que nunca
conseguimos colocá-los em prática. Temos a impressão de que o ano passa tão
rapidamente que não dá tempo de executá-los. Agora, convenhamos: o que é o
tempo senão uma convenção humana? Contudo, se é uma convenção que nós, humanos,
criamos, então nós é que deveríamos ter domínio sobre o tempo, e não o
contrário.
Talvez
a gente nunca consiga realizar os nossos projetos de mudanças justamente porque
ficamos com essa obrigação martelando em nossas cabeças, e, o que era para ser
executado prazerosamente, acaba se transformando num fardo que carregamos nas
costas durante todo o ano, sem vontade de torná-lo uma grata realidade.
Mas
não sejamos tão pessimistas. Vamos acreditar que 2021 nos reserva a
oportunidade de realizar os nossos tão acalentados projetos.
ROBERTO FORTES, escritor e poeta, é licenciado em Letras e autor do livro de contos “O Tucano de Ouro - Crônicas da Jureia” (2012), além de centenas de crônicas e artigos publicados na imprensa do Vale do Ribeira. E-mail: robertofortes@uol.com.br
(Direitos
Reservados. O Autor autoriza a transcrição total ou parcial deste texto com a
devida citação dos créditos).
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