Cooperativismo foi um dos fatores-chave para fortalecer rendimento financeiros dos produtores rurais tapiraienses
Com a pandemia e,
consequentemente, a redução de clientes e dias de funcionamento, a alternativa para
muitos empreendedores foi apostar em novos formatos de negócio. Como é o caso dos
produtores da Associação Rural Comunitária de Promoção Humana e Proteção à
Natureza, de Tapiraí, que com o apoio do Programa ReDes – uma iniciativa do
Legado das Águas em parceria com o Instituto Votorantim e o BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), executado pelo Instituto Meio
– se reinventou firmando novas parcerias e adotando sistema de vendas por
encomendas e delivery para driblar a crise e manter a geração de renda
com a produção de alimentos.
De acordo com Daniela
Gerdenits, consultora de Responsabilidade Social do Legado das Águas, a
pandemia pegou o mundo inteiro de surpresa e não foi diferente no campo. “A
agricultura familiar, como outros setores, é muito sensível a crises. Impactos
na dimensão dos causados pelo novo coronavírus, exigiu que os produtores
tivessem mudanças muito rápidas e profundas. Com o apoio do ReDes e o empenho
de todos, os agricultores conseguiram criar formas de chegar aos seus clientes,
com toda a segurança que o período exige, e garantir renda em meio a este
cenário tão adverso”, destaca Daniela.
O trabalho do ReDes com a
associação teve início em 2018. No ano passado, os agricultores familiares comemoraram
a parceria com a CEAGESP (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais São Paulo)
de Sorocaba e o começo das vendas para o Legado. Com a pandemia, porém, foi
necessário buscar novas alternativas de vendas e escoamento da produção. A
primeira delas foi a parceria com o Instituto Auá e a Fundação Banco do Brasil
para aquisição de alimentos que foram doados a famílias carentes da região. Ao
todo, foram adquiridos, em etapas, quatro toneladas de inhame e duas toneladas
de gengibre dos agricultores familiares de Tapiraí, o que fez aumentar a renda
de muitas famílias. É válido ressaltar que mesmo fechado neste momento, o
Legado não deixou de consumir os produtos da Associação.
“Foram ações pontuais que
serviram para unir ainda mais o grupo. A importância de fazer parte de uma
associação e trabalhar em conjunto foi destacada nesse período. Eles estão
vendo que, juntos, conseguem apoiar uns aos outros, articular parcerias e
superar esses desafios com mais facilidade”, complementa Laura Almeida Ramos de
Abreu, consultora do Instituto Meio.
Ainda de acordo com Laura, a
venda das raízes foi importante para gerar renda. Em dois meses, a parceria
gerou uma receita bruta de R$ 20 mil aos participantes. Isso se deve ao fato de
as duas culturas permitem maior flexibilidade na colheita, uma vez que podem
permanecer no solo por mais tempo, situação diferente da produção de hortifrútis,
que dependia basicamente da Ceagesp para comercialização.
Sistema de entrega
Com a pandemia, a alternativa
foi apostar em novas formas de venda. A primeira ação foi fidelizar o cliente,
que ganhou a opção de encomendar os seus produtos com antecedência por telefone
e buscá-los na Ceagesp já higienizados, embalados e prontos para serem levados.
Outra alternativa foi a de vendas por delivery. Uma vez por semana, os
produtores se unem na sede da associação para preparar os produtos que serão
entregues nas residências em Tapiraí. A proposta, explicou Ivanete Borba, 42
anos, atual conselheira fiscal da associação, tem surtido efeito.
“Começamos há um mês e meio e
está vendendo super bem. A gente está só em Tapiraí, mas estamos voltando sem
mercadoria, o que é ótimo. Está dando tão certo que estamos nos preparando para
ampliar essa ação. Posso dizer que estamos colhendo os resultados do projeto
agora. Sem o apoio do programa [ReDes], estaríamos em uma situação muito
difícil, ganhando só para comer e olhe lá, nas mãos de atravessadores”, reforça.
Ao todo, 59 toneladas foram
comercializadas e produzidas pelos 19 produtores associados. Desse volume, 20%
foram comercializados em vendas coletivas da Associação de Tapiraí. Dentre as
ações desenvolvidas pelo Programa ReDes com os produtores, estão:
acompanhamento com profissionais qualificados (agrônomo), assistência
administrativa, capacitação em gestão financeira e ação comercial e aquisição
de materiais para plantio, manejo, higienização e venda dos produtos. Mesmo com
a pandemia, muitas ações continuam, incluindo reuniões e
consultorias pela internet.
Redes – Iniciado
em 2010, o programa Redes está presente em 55 municípios, em 11 estados e no
Distrito Federal, com o objetivo de apoiar a estruturação de negócios
inclusivos, por meio da articulação de cadeias produtivas e investimento em
projetos. No Vale do Ribeira o programa é realizado por meio do Legado das
Águas em sua estratégia de atuação social.
Sobre o Legado das Águas – Reserva Votorantim
O Legado das Águas, maior
reserva privada de Mata Atlântica do país, com extensão aproximada à cidade de
Curitiba (PR), é um dos ativos ambientais da Votorantim. Localizada na região
do Vale do Ribeira, no sul do Estado de São Paulo, a área foi adquirida a partir
da década de 1940 e conservada desde então pela Companhia Brasileira de
Alumínio (CBA), que manteve sua floresta e rica biodiversidade local com o
objetivo de contribuir para a manutenção da bacia hídrica do Rio Juquiá, onde a
companhia possui sete usinas hidrelétricas. Em 2012, o Legado das Águas foi
transformado em um polo de pesquisas científicas, estudos acadêmicos e
desenvolvimento de projetos de valorização da biodiversidade, em parceria com o
Governo do Estado de São Paulo. Hoje, o Legado das Águas é administrado pela
empresa Reservas Votorantim, criada para estabelecer um novo modelo de área
protegida privada, cujas atividades geram benefícios sociais, ambientais e
econômicos de maneira sustentável.
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