Balanço de espécies catalogadas na área reforça a
importância da Reserva para conservação de espécies que só podem ser
encontradas nesse bioma
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Jaguatirica - Foto Luciano Candisan |
Um levantamento realizado pelo
Legado das Águas, maior reserva privada de Mata Atlântica do país, mostrou que
em seus oito anos de existência, as pesquisas científicas e monitoramento de
fauna e flora já registraram 1.765 espécies na área, localizada no Vale do
Ribeira paulista. Deste total, 809 são espécies animais e, neste mesmo grupo,
50 estão ameaçadas de extinção. Os números também chamam a atenção para a
diversidade de aves, são 296 espécies catalogadas no local, o que representa
40% de toda a avifauna do Estado de São Paulo. Já na flora, a lista conta com
956 espécies, sendo 9 ameaçadas.
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Anta Albina - Foto Luciano Candisani |
Quando comparado com dados do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) e do Instituto Brasileiro de Florestas (IBF)¹, que mostram que a Mata
Atlântica abriga 383 dos 633 animais ameaçados de extinção no Brasil, o Legado
das Águas é refúgio para 13,05% do total de espécies animais ameaçadas no
bioma.
A área da Reserva, localizada entre os municípios de Juquiá, Miracatu e Tapiraí,
é correspondente ao tamanho da cidade de Curitiba.
Das 809 espécies animais
registradas, 296 são de aves, 322 são de borboletas, 70 de mamíferos, 67 de
anfíbios e répteis e 54 de peixes. Já do total de 956 de espécies da flora,
sendo 233 de orquídeas.
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Caninana - Foto Miguel Torres |
Para David Canassa, diretor da
Reservas Votorantim, os números do balanço impressionam. “Ter 13,05% das
espécies animais ameaçadas de extinção na Mata Atlântica em nossa área nos
anima, e reforça a importância e o compromisso do Legado das Águas em manter a
área conservada. Temos certeza que o número de espécies nas florestas do Legado
pode ser bem maior. O monitoramento da fauna em florestas densas e fechadas
como da Mata Atlântica é mais difícil, mas o balanço nos mostrou que a
catalogação de novas espécies é crescente, o que pode indicar que nos próximos
anos, incluindo 2020, podemos ter mais boas surpresas”, diz Canassa.
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Lagarto Teiu - Foto Luciano Candisani |
Além do levantamento feito por
meio das pesquisas científicas, o Legado das Águas mantém o monitoramento constante
da fauna e flora utilizando dois métodos, um deles é com o registro fotográfico
e de vídeo feitos pelos monitores ambientais, guias turísticos e técnicos de
campo. O outro é por armadilhas fotográficas instaladas na mata, que disparam
automaticamente quando os animais passam pelo sensor. Os equipamentos não
oferecem risco algum para os animais.
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Muriqui-do-sul - Foto Miguel Flores |
Descobertas
As pesquisas no Legado das Águas
já resultaram em descobertas relevantes para a ciência, consequentemente para a
conservação da Mata Atlântica. Entre as principais, estão: com a descoberta de
duas antas albinas, possivelmente as únicas do mundo, em parceria do Instituto
Manacá; a redescoberta de uma espécie de orquídea considerada extinta na
natureza no Estado de São Paulo, com parceira do biólogo Luciano Zandoná; a
descoberta de uma borboleta que não era registrada há mais de 50 anos no Estado,
em parceria com a bióloga Dra. Laura Braga; o reconhecimento pela União
Internacional Para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) como
Área Prioritária Global para conservação do macaco muriqui-do-sul, em parceria
com o Instituto Pró-Muriqui, e o reconhecimento como Posto Avançado da Reserva
da Biosfera da Mata Atlântica pelo sistema ONU/Unesco. Além disso, na
biotecnologia, em parceria com o pesquisador Mauro Rebelo, atualmente o Legado
das Águas detém o maior banco genético de flora da Mata Atlântica do mundo, que
pode ainda resultar na descoberta de ativos de interesse para as indústrias de
cosméticos, perfumaria e farmacêutica.
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Filomedusa - Foto Luciano Candisani |
Os resultados das pesquisas
realizadas no Legado das Águas têm como principal objetivo gerar conhecimento
para subsidiar ações de conservação da Mata Atlântica, assim como possibilitar
o respaldo para o desenvolvimento de negócios. “No Legado das Águas, buscamos
sempre transformar esses dados em oportunidades. Exemplo disso são as
possibilidades de ecoturismo incluindo o avistamento da fauna. Já com a flora, a
produção de espécies de plantas nativas para projetos paisagísticos. É urgente
que a conservação seja vista pelo viés das oportunidades de geração de renda
com nossos biomas. E as pesquisas relacionadas ao momento pós pandemia, mostra
a importância das florestas e a reconexão que será buscada pelas pessoas”,
finaliza Canassa.
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Araçari-banana - foto Luciano Candisani |
Sobre o Legado das Águas – Reserva Votorantim
O Legado das Águas, maior reserva
privada de Mata Atlântica do país, com extensão aproximada à cidade de Curitiba
(PR), é um dos ativos ambientais da Votorantim. Localizada na região do Vale do
Ribeira, no sul do Estado de São Paulo, a área foi adquirida a partir da década
de 1940 e conservada desde então pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA),
que manteve sua floresta e rica biodiversidade local com o objetivo de
contribuir para a manutenção da bacia hídrica do Rio Juquiá, onde a companhia
possui sete usinas hidrelétricas.
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Onça-parda -foto Luciano Candisani |
Em 2012, o Legado das Águas foi transformado em um polo de pesquisas científicas, estudos acadêmicos e desenvolvimento de projetos de valorização da biodiversidade, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo.
Hoje, o Legado das Águas é administrado pela empresa Reservas Votorantim, criada para estabelecer um novo modelo de área protegida privada, cujas atividades geram benefícios sociais, ambientais e econômicos de maneira sustentável.
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