A onda das grandes
cidades de proibir o uso de automóveis em regiões centrais vem crescendo na
Europa. A ação vem de encontro à necessidade de combater a emissão de gases poluentes,
mas em contrapartida, afeta a indústria automobilística.
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(imagem Pixabay) |
Neste movimento crescente, o conselho Municipal de Amsterdã, capital holandesa, determinou que os carros movidos a combustíveis fósseis, como gasolina e diesel, serão proibidos a partir de 2030. A medida começa a ser implantada em 2020, com a proibição dos carros a diesel fabricados antes de 2005. Aos poucos, todos serão vetados. A intenção é que circulem apenas veículos livres de emissões, como os carros elétricos ou os movidos a hidrogênio. “A poluição costuma ser uma assassina silenciosa e é um dos maiores riscos à saúde em Amsterdã”, disse Sharon Dijksma, conselheira de trânsito local.
Outra capital que já
aderiu ao movimento foi Madri, na Espanha. A cidade anunciou que vai banir o acesso à
área urbana de veículos a diesel e a gasolina, com ano de fabricação inferior a
2000. Já em Roma, na Itália, os carros a diesel ficarão proibidos de circular
pelo centro da cidade, a partir de 2024.
Recentemente mais uma
cidade aderiu ao movimento. Edimburgo, capital da Escócia, fechou as ruas
centrais para a circulação de carros. Os espaços agitados deram lugar, por
exemplo, a músicos, crianças e praticantes de yoga. “Estamos totalmente
comprometidos em criar uma cidade acessível, sustentável e amiga das pessoas”,
explicou Lesley Macinnes, conselheira da cidade.
Com as restrições
adotadas pelas grandes cidades, o mercado de automóveis já sentiu os primeiros
impactos, que embora sejam pequenos, já se prevê uma mudança no setor
automotivo. “O carro está deixando de ser o sonho de consumo das novas
gerações”, analisa o consultor Eduardo Tancinsky. “O mundo entrou na era da
sustentabilidade e do compartilhamento de produtos e serviços. Isso provocará
uma grande revolução no setor automotivo”.
Nas novas gerações de
veículos, os híbridos e elétricos - que são menos poluentes -, certamente
tomarão o lugar dos automóveis movidos a combustível fóssil. Acredita-se que, a
partir de 2022, os custos para fabricação de um veículo elétrico serão os mesmo
de um movido a gasolina. A preocupação ambiental e os avanços tecnológicos para
a redução dos custos de produção mostram que este será um caminho sem volta.