Realizado no Vale do Ribeira, o evento oferece uma
programação gratuita, que reúne grandes nomes como Conceição Evaristo, Ana Maria
Gonçalves, Luedji Luna, Zezé Motta, Mel Duarte, Nação Zumbi e muito mais. A cocuradoria é de Bianca Santana
Da esquerda para a direita: Conceição Evaristo, Ana Maria Gonçalves e Zezé Motta (Créditos: Rafael Arbex, Léo Pinheiro e Facebook Oficial ) |
Futuro, Lugar e Memória: esse é o tema da 7ª edição do Festival Literário de Iguape (FLI), que acontece no interior do estado de São Paulo – no Vale do Ribeira – desde 2013. Este ano, o evento será nos dias 7 e 8 de junho, sexta-feira e sábado, reunindo dezenas de artistas importantes que discutirão sobre território, ancestralidade e povos tradicionais. O Festival é uma realização das Oficinas Culturais – Programa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerenciada pela Poiesis – em parceria com a Prefeitura Municipal de Iguape. Na sexta-feira (7) o evento começará às 19h, e no sábado (8) às 10h.
“A alquimia de quem somos está no
Vale do Ribeira. Camadas de escrevivências nas águas, na resistência das
populações tradicionais, na arquitetura colonial, nas matas, nos livros.
Memória que é futuro, no tempo perene do hoje. A produção literária do Vale se
potencializa no encontro com a literatura produzida fora daqui. Olhares
diferentes nos apresentam perspectivas diversas da nossa história. Aquela que
não está nos livros, mas também aquela que já sabemos de cor, de tanto ler e
ouvir. Um festival literário que é convite a conhecer mais camadas do chão que
pisamos”. Essa é a proposta do 7º FLI, nas palavras da cocuradora Bianca
Santana, que é jornalista, colunista da Revista Cult e autora do livro Quando me Descobri Negra (SESI-SP 2015).
A programação conta com shows, rodas
de conversa e sarau, além de lançamento e troca de livros, com a presença de
grandes nomes como Conceição Evaristo, Luedji Luna, Zezé Motta, Mel Duarte,
Nação Zumbi, Russo Passapusso, Geovani Martins, Ana Maria Machado, Angélica Freitas,
Cidinha da Silva e Eda Nagayama. O Festival é gratuito e as atividades
acontecerão na Praça da Basílica, no Museu Histórico e na Biblioteca Pública
Municipal.
No primeiro dia, sexta-feira (7), o
público será convidado a refletir sobre palavra, sociedade e insurgência, a
partir da vida e da obra de três olhares e gerações: Geovani Martins, autor do
aclamado O Sol na Cabeça; Russo Passapusso,
músico, compositor e integrante da banda BaianaSystem; e Zezé Motta, célebre
atriz e cantora brasileira. A roda de conversa O Futuro não demora será às 21h, no Território da Palavra, localizado na Praça da Basílica. Fechando a programação do dia, às 23h, Luedji Luna apresentará um show autoral
que une música brasileira e africana. Seu álbum Um Corpo no Mundo lhe consagrou uma das mais promissoras revelações
musicais da atualidade, sendo premiada e indicada aos Prêmios Bravo, SIM, WME,
Caymmi e Multishow 2018.
Já no sábado (8), será a vez de Conceição Evaristo, uma das principais
expoentes da literatura brasileira contemporânea, tratar de temas presentes em
suas obras, como educação, gênero, memória e relações étnicas na sociedade. A
autora de Olhos D'água e Ponciá Vicêncio passa pelo campo da
poesia, da prosa e do ensaio literário. Escrevivência
Insubmissa acontecerá às 14h, também no Território da Palavra. Às 21h, Ana Maria Gonçalves (Um Defeito de Cor), Deborah Dornellas (Por Cima do Sol), Marcelino Freire (Contos Negreiros e Nossos Ossos) e Deivid Domênico, um dos compositores do
samba-enredo de 2019 da Mangueira, refletem sobre outras perspectivas e versões
do nosso passado, em Histórias que a
História não Conta ou Avesso do Mesmo Lugar. E, às 23h, a banda Nação Zumbi fará um show, que encerrará
a 7ª edição do FLI. Precursor do Mangue Beat e um dos grupos mais importantes
da música brasileira, Nação Zumbi apresentará seus clássicos, como Manguetown e Quando a Maré Encher, além de versões de grandes sucessos como Maracatu Atômico. Ambos os eventos serão
também no Território da Palavra.
No mesmo dia (8) acontecerá o FLI Paralelo, no Museu Histórico, entre 11h30 e 19h. Uma das grandes atrações do
espaço será o bate-papo Futuro, Lugar e Memória,
que reunirá os escritores Júlio
Cesar da Costa (Na Ribeira da Poesia),
Angélica Freitas (Um Útero é do Tamanho
de um Punho), Cidinha da Silva (Os
Nove Pentes D'África) e Eda Nagayama (Desgarrados).
A proposta é discutir sobre escritas que, a partir do território e da
identidade, propagam memórias, sentimentos e insubmissões. O bate-papo será das
17h30 às 19h. Neste
espaço haverá também conversas com Nega Duda, Timóteo Verá Tupã Popyguá, Islene
Motta, Maria Mazarello e Luciana Bento. No FLI Paralelo cada atividade tem 30
vagas, sendo que a distribuição de ingressos será feita 1h antes do início de
cada conversa.
Durante os dois dias de Festival, o
público encontrará no Ponto do Livro
um espaço de troca de obras infantis e adultas, além de gibis. É uma
oportunidade de renovar as bibliotecas pessoais sem custo algum. No sábado (8),
das 10h às 23h30, basta levar um livro em bom estado e trocar por outro. A
atividade acontecerá na Praça da
Basílica.