ESTICANDO O COURO
De repente, a coisa pega e vira
uma folia só, dizem. É de inicio súbito e acontece sem menos esperar, qual
violenta explosão, confessam quase em desespero. Mais ainda, se estende durante
todo o ano.
Dá para o leitor perceber que o
assunto não tem nada a ver com Carnaval. Mesmo nessa época quando a folia
explode nas ruas e salões, algo acontece nos corações dos nossos professores. É
coisa séria.
Ao término do período de férias,
todos se preparam para a nova jornada nas escolas. A parte mais árdua fica com
os professores. A jornada deles(as) começa antes do inicio do ano letivo.
Aliás, bem antes.
A programação semestral, as metas
didáticas e agora as novas orientações curriculares levam os diretores e
professores a se reunirem bem antes do inicio das aulas.
As tarefas sequenciais
precisam estar em ordem para que a execução aconteça dentro do programa
didático.
Enquanto isso acontece no final das férias escolares os pais também
se preparam para a nova rotina escolar dos filhos.
Há, sim, a alegria do retorno e isso
é uma felicidade, tanto para os pais como para a escola. Sempre foi assim,
desde os tempos em que professores(as) vinham de trem ou iam de charrete às
escolas, como acontecia em Leme-SP na década de 1950.
E o movimento deles(as) em
torno das escolas erao prenúncio do inicio de nova jornada.
Mas, interessante,
nunca se ouvia falar em descontrole disciplinar que ameaçasse ou afetasse tanto
a saúde e o ânimo dos professores e funcionários daquele tempo.
Hoje, o período que precede o
inicio do ano letivo propicia ‘esticar o couro’ de todos que trabalham na área
educacional, especialmente dos(as) mestres.
É o preparo psicológico necessário
para enfrentar a nova jornada que não dispensa os entraves disciplinares tão
comuns na nova geração de crianças e jovens escolares, também vítimas.
Estar
preparado para ‘apanhar’ ( termo adaptado ) amedronta e daí o estresse que
precede o inicio. Mas o carinho, a dedicação e a firmeza têm sido a resposta
dos(as) professores(as), nas letras e equações do nosso samba da vida.
Cá entre nós, vale concordar, se
a vida é vista na ótica moderna como um carnaval alegre, o que anda faltando
mesmo é o bom samba da disciplina.
Essa música pode nos salvar a todos.
Ôô... Alaô... Alaôôô... !